segunda-feira, 28 de março de 2011

parte II ;Lost and Insecure you yelled some sense into me


E o post tem a ver com o título. Happy dance.

Os nossos pais ensinam-nos, avisam, protegem, mostram o caminho, tiram todas as pedras do percurso e passam lá com uma vassourinha para não nos sujarmos a passar pelo longo caminho que esta vidinha que levamos ao lado deles deve ser.

No entanto, chega aquela altura, mais tarde para uns do que para outros , que foi o meu caso, 19 anos de protecção, mimo, amor, carinho e muitas pedras tiradas do meu caminho, em que sair do ninho parece ser necessário. Parece , assim como o ar, vital para a sobrevivência. A vontade de abrir as asas , voar, conquistar, fazer , acontecer e VIVER parece ocupar todos os nossos pensamentos, actos e todas as fibras do nosso corpo.

E então, não podendo mais aguentar, levantamos voo. Esplêndido, novo, liberdade plena pela primeira vez, ou não.

É nesse voo que estatelamos no chão. Magoamo-nos porque é aí que percebemos a quantidade de responsabilidade que está associado às intermitências da vida quotidiana. E são tantas, são incontáveis, são, verdadeiramente, infinitas.

O cair, estatelado no chão, tem vantagens e consequências, em alguns casos positivos. É depois de cair, de sentir derrota que podemos tomar uma de duas decisões ; levantar , andar, pedir ajuda quando for preciso , que ,normalmente, é mais vezes do que queremos, ou ficar no chão, desistir, optar pelo lado mais fácil , é , basicamente, fugir. É não crescer. É estagnar. É não saber quem somos.

Eu , neste exacto momento, quase uma da manhã, ainda estou deitada no chão a tentar decidir qual é o próximo passo e qual pé tenho de por em frente ao outro para continuar a andar. Mesmo que seja um cambalear e não andar, mesmo que a única coisa em que me consiga concentrar é o facto de ver um pé em frente ao outro e saber que estou a andar, a andar para frente, a tentar progredir, tentar crescer e a tentar curar a ferida que se criou da queda. Neste momento os únicos sentimentos são de dor, raiva, ódio e tristeza. Talvez o orgulho e amor por ter levantado outra vez venha depois mas não garanto.

Sei, que agradeço o facto de ter tido a ajuda para sair do chão naquela noite e sempre que foi ( fora e será ) preciso.

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