domingo, 15 de agosto de 2010

"Seremos jovens para sempre"

Bom dia!

Para não ter saudades tuas , escrevo.

Carta ao Tiago Miguel (Parte :II de uma saga que parece ser infinita)

Eu sinceramente não percebo. E até chego ao absurdo de culpar a coitada da Mariana. A Mariana apresentou-nos. Tadita, ela não tem culpa. Não tem.
Sabes?, eu lembro do dia em que te conheci. Daqui nada faz um ano. Noite de Halloween. Lembras? Estavas de rosa, ou era roxo. Foi o dia em que reparei na cor dos teus olhos, o dia em que disse que não lamentava a morte do teu pai , foi o dia em que deixei escapar um "eh pah tenho os mamilos duros" no meio do Ponto G e querendo ou não foi o dia em que tudo mudou. Foi o dia.
E lembro da semana que passei a seguir. Estava toda risonha, feliz da vida e morria de vontade de perguntar a Patricia se tinhas dito alguma coisa e derreti com os comentários do genero " ele disse que eras fofa" ou " quando formos tomar café não leves a maggie , leva antes a jay".
Sei que o jantar da Patricia parecia demorar séculos a chegar. Eu até contava dias e queria perguntar sucessivamente " o tiago vem, certo?" e lembro de morder a lingua sempre que ia fazer essa pergunta pela milésima vez.
E chegou a noite da Mariana. Dia 14 de Novembro. Saltos, vestido, meias, sobretudo,cabelo esticado, olhos pintados e lábios roxos de frio, tua camisa preta e branca, casaco verde, aquele cinto azul que detesto(:D), as calças caras e os sapatos/sapatilhas em pseudo pele. Lembro que me deste a mão de uma maneira tão suave em frente as residencias do IPG enquanto iamos para o aqui ao lado de baixo de uma chuva super fina. E a maneira que mexeste o meu carioca de limão, ou quando ficaste impressionado em saber que eu não bebo café ou que afinal até te dava um grande baile quando fomos pedir caipirinhas. Lembro de me sentar ao teu lado com o gunço, o vital , a mags, o bruno , a mariana e lembro de como rocaste os teus lábios nos meus e não me beijaste. Fizeste isso duas vezes e quando foi a terceira sussurei aquelas palavras que te fizeram sorrir " vais ficar por aí?".
E a primeira vez que me ligaste foi num domingo. Já passava da meia noite, estavas a fazer um trabalho estupido e contaste-me banalidades enaquanto dava aquela música insuportável do David Guetta e daquela Kelly Roland "when love takes over". Nunca te contei mas considero essa a nossa música e nunca mais consegui ouví-la.
E o nosso primeiro sábado? As mentiras parvas que contámos as nossas mães para sairmos. Chovia , acho que temos sorte com chuva. Parecia sempre chover conosco. Dissemos muito naquela tarde e ao mesmo tempo não dissemos nada mas lembro-me daquela frase, aquela que tu disseste " afinal esperar 15 dias sempre valeu a pena". Eu sorri e pensei que naquele dia, naquela hora, naquele momento nada mais podia ser melhor.
Os teus constantes vais e vens de Lisboa que eu compreendia e compreendo pareciam levar um bocado de mim e até mentia a mim própria quando pensava que se calhar era melhor assim e que o tempo não era assim tanto. Pensava que nós íamos aguentar essa parte. Aguentámos.
Aguentámos muito. O meu mau humor, as minhas birras, as tuas inseguranças, o teu passado com a Filipa, o meu fatalismo, a tua insensibilidade, a minha TPM e o teu complexo de superioridade.
Aguentámos isso tudo.
E lembro -me de estar deitada no teu peito , coberta com a manta da minha avó, que parece não faltar a nenhuma ocasião, e prometer-te que nunca ia te magoar, não ia deixar cicatrizes, lembro de ter chorado no teu peito , lembro de tu não teres dado conta, lembro-me de acordar com um beijo teu a dizer que era melhor me levares a casa.
Tudo isso sem contar a nossa primeira discussão que tu chamaste, e passo a citar, "birra de garota mimada sem consciencia dos outros" , foi nesse dia que ameaçaste acabar com tudo e foi nesse dia que deitei aquilo que sentia fora. Foi nesse dia que senti um bocado de mim mudar.
Mas foi bom, mudei e foi bom para nós. Foi nesse dia que cescemos. Foi o dia em que não fomos bonitinhos um com o outro e foi nesse dia que mostramos que podemos ser feios um para o outro. Esse dia doeu.
Mas um dia que não doeu , que não foi mau foi um dos nossos ultimos dias. Foi o dia que te dei a palheta do Homer Simpson, vi-a em Coimbra e pensei em ti. Naquela altura foi o melhor 1 Euro gasto da minha vida. Agradeceste com um beijinho, calmo , tranquilo , como se tivessemos todo o tempo do mundo e na realidade até parecia que tínhamos. Foi a noite que te disse para não te prender a coisas banais. Foi uma das últimas noites.
E os 6 meses pareceram chegar rápido demais.Mas chegaram. Apostaste uma lata de coca-cola como Ricardo. E eu pensei " só uma?" quando me disseste. A comemoração de meio ano juntos foi uma coisa bonita, uma coisa só nossa. Foi lindo. Foi a última. Mas não sabíamos.
E então começou aquela terrível época...Aquela época em que as conversas de 2 horas passaram a telefonemas de 30 minutos, depois 15, depois 10 e depois passámos às sms que depois passaram a ser uma por dia. Eu percebia e percebo. Juro que percebia e sei que era difícil mas eu queria mais. Mais um bocadinho, mais uma sms com maiso do que apenas "bom dia" . Querias que eu passasse um dia inteiro com apenas um "bom dia"? Eu tentei, juro que tentei. E quando não pude mais, desisti. E nesse dia promeste-me coisas que não cumpriste, que espero até hoje , em vão , que cumpras.
Após esse dia passei a ser alguém que eu mal reconhecia, passei a ser uma estranha, não me sentia bem na minha própria pele e parecia que o mundo todo estava tingido com a nossa memória, com sorrisos, palvras por dizer, beijos por dar, amor por fazer, "gosto de ti" por dizer e passeios por dar.
E hoje, depois de te ter visto, ter sido puta e ter me arrependido de tê-lo feito , sinto que já não doi tanto, que tudo já vai curando aos bocadinhos mas ainda penso em ti, em nós e como seria. Mas é só as vezes.
Mas não é só as vezes que doi. Doi sempre mas vai diminuindo.
E isso tudo porque não te amei, isso tudo porque não me amaste nem um "gosto de ti".
Deste aquilo que podias e eu apostei todo o meu ouro. Não correu bem
Acabou.
Gostei de ti meu Gordo, deixa-me ser a tua Tótó.

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