terça-feira, 31 de agosto de 2010

Viver, desenhando sem borracha.

Boa noite, hoje vou fugir um bocadinho do meu registo de escrita, e nao vou aparvalhar! Sim eu sei que é estranho mas epaah aptece-me...

Depois de muito tempo hoje resolvi (re)começar a pintar. Nao sei se ja alguma vez vos contei que pintar é uma das minha paixoes. Nao que tenha muito jeito , mas gosto de fazer umas telas ou simplesmente dar cor a umas figurinhas em gesso. Faz me sentir que estou a dar vida a alguma coisa, é estranho eu sei, mas ja devem ter percebido que estranha é o meu nome do meio. Como estava a dizer, hoje resolvi voltar a pintar , ja nao pintava a serio desde o verao passado. Sim porque por ja tive uns dois ataques critativos de influencias Dadaistas depois disso, mas o resultado fora duas telas estragadas e cheguei a conclusao que ainda preciso de aprender muito para conseguir pintar paisagens decentemente. Deixando estes meus ataques criativos Dadaístas de parte, ja nao pintava desde que tinha sofrido a minha primeira grande decepçao com ele no verao passado, quando (tambem) sem explicaçao aparente deixou de me falar. Entao nessa altura resolvi agarrar nos pinceis e nas tintas e fazer um quadro. O resultado foi uma tela de fundo rosa e em cima uns traços que talvez significassem diversoso caminhos. Nessa altura soube-me bem deitar para fora aquela decepçao em forma de pintura. Mas depois de fazer o quadro nao tive coragem de olhar outra vez para ele , ate que um dia quando cheguei a casa me deparo com ele na parede no meu quarto , mesmo em frente a minha cama. O meu pai tinha o posto na parede, quando o vi senti um aperto no peito, pois aquilo fazia-me recordar ainda mais ele, mas com o passar do tempo fui me habituando. E comecei a gostar de ter aquela tela mesmo a frente dos meus olhos todos os dias quando acordava e quando me deitava. Por um lado fazia-me lembrar ele, e fazia com que me viesse a cabeça uma quantidade absurda de questoes para as quais nao tinha resposta, por outro lado fazia-me tambem lembrar que o meu mundo podia ser cor de rosa e que tnha varios caminhos que podia escolher, o que se estava a passar nao significava que a estrada tinha acabado ali. Pois bem durante os tempos que se seguiram aquela tela fazia-me bem, sim podem-me chamar estupida mas sentia que inconscientemente tinha feito uma especie de mapa que me ia ajudar a encontar o caminho certo. Depois dessa tela nao voltei a pintar mais, acho que tinha medo do que sairia dali, nao queria ver o q era capaz de fazer. Arrumei todo o meu material de pintura e so o voltei a utilizar por vontade/necessidade hoje. Acho que sinto que apesar de tudo o que ja se passou voltei ao mesmo ponto, talvez tenha seguido a estrada errada e tenha regrassado ao ponto em que estava ha um ano atras, nao sei. So sei que hoje senti que precisava de pintar. Como nao tinha tela pintei uma figura em gesso. È uma deusa do mar. Enquanto pintava lembrava-me de cada traço dele, e cada pincelada era como se o estivesse a desenhar a ele. Mas nao, de repente percebia que estava simplesmente a pintar uma figura de uma mulher bela e que abençoaria (supostamente) os mares. Mas o facto de ao fim deste tempo todo voltar a tocar nos pinceis e a sentir o cheiro das tintas, da cera , de tudo e ver q me sinto exatamente como ha um ano atras fez me pensar na vida, e nos caminhos que escolhi . Acho que me sentia um bocadinho perdida e tive a necessidade de me encontrar , e talvez tenha acontecido isso. Sei que depois deste serao continuo a conseguir desenhar cada traço teu no meu coraçao e apesar de tudo nao consigo esquecer o teu brilho, apesar de lutar para tentar esquecer que fazes parte da minha vida hoje voltei novamente a perceber que nao consigo. Estás demasiado em mim. E apesar de nao mereceres vais continuar. Aquela esperança de que ainda mudes continua e nao sei ate onde me ira levar. Ate la vou continuar a olhar para aqele quadro e pensar qual sera o melhor caminho que tenho que seguir.

Vou continuar a desenhar sem borracha e sem ter vergonha de todos os riscos que existem na minha tela...

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